segunda-feira, 15 de maio de 2017

Brasileiros e brasileiras acordai-vos para a realidade!

Eu estava aqui a pensar comigo, que desde que me formei em Direito, em 2004, de lá pra cá as questões ambientalistas começaram a me incomodar, no sentido de forçar-me a uma maior conscientização sobre o tema. De lá pra cá comecei a ler livros, revistas, assistir vídeos, dos mais diversos autores, das mais diversas fontes. Ao mesmo tempo que passei a ter essa formação e informação, uma “onda” de dúvidas aumentava a cada passo que avançava na direção de minha conscientização. Chacotas, provocações...

Estamos já na segunda década do 3º milênio e já ouvi de tudo sobre este tema. Parece que as pessoas brincam com coisa séria, ou brincam porque ela é séria de mais para ser levada a sério. Eu muitas vezes e ainda hoje vejo pessoas fazerem graça da finitude das coisas, nossa alma, nosso espírito é infinito, é eterno, mas não estou aqui para falar de religião, estou aqui para falar do tema ambientalista. Aqui no Brasil, o primeiro presidente, depois de Fernando Henrique Cardoso parece que pôs ao lado esta finitude das coisas, parece ter ressuscitado “O Petróleo é Nosso”, slogan da campanha de um candidato a Presidente do Brasil de 1950! Veio o Pré-sal.

O Governo deste presidente que assumiu em 2003 cumpriu uma promessa que foi reduzir a pobreza, mas criou uma cisão dentro de seu partido político, aliás duas importantes cisões, uma de ordem ética em face dos meios de se fazer política com o escândalo do mensalão, foi neste momento que nasceu sob a liderança do político Plínio Sampaio, o PSOL, e a outra cisão o partido Rede Sustentabilidade, comandado pela Ministra Marina da Silva. De lá pra cá o Brasil e os brasileiros vêm acompanhando, perplexos, as nossas evoluções no campo ambiental.  Parece que estamos atolados desde a governança que começou em 2003.
Será que não dá para conciliar combate a pobreza e crescimento sustentável? Esse desafio não foi enfrentado e a resposta ainda não foi bem esclarecida.

Vejam o susto que passamos aqui no sudeste com a seca de 2014. E o que está acontecendo hoje no nordeste. A Capital da Bahia está ficando sem água. Até quando, ou quando nossos agentes públicos se conscientizarão que pobreza e descaso com as causas ambientalistas andam de mão juntas? Uma depende da outra. Isso talvez não fosse verdade quando os economistas formulavam suas equações de crescimento econômico levando como principal variável o emprego pelo emprego, a riqueza pela riqueza, e a variável da escassez ainda não estava na primeira lista das prioridades quando se falava em desenvolvimento econômico, onde nacionalismo e disputas ideológicas eram a pauta, até o fim da guerra fria.

A questão ambientalista entra na pauta com sujeira, os rios, a poluição, a constatação que a qualidade de vida está caindo ainda que a riqueza acumulada esteja aumentando, não dando mais para colocar a sujeira para dentro do enorme aparente infinito tapete persa. A partir deste momento a ONU coloca a reunião Brasil 1992, no governo Collor, os protocolos seguidos e de lá pra cá muitas iniciativas tem sido tomadas, mas olhando aqui para dentro do Brasil, o país que primeiro recebeu uma reunião mundial de compromisso planetário, o mal exemplo não nos credencia mais a dizer com orgulho, com segurança, com otimismo que fizemos muito de lá pra cá. Fizemos tão pouco que a cada enchente vemos o quanto continuamos sujos e jogamos sujo com nós mesmos e com o planeta e a natureza a cada chuva torrencial arrastam carros, pessoas, uma imagem dantesca.


Quantos ainda morrerão quantas vezes ainda morreremos, para aprendermos que é a um só tempo uma ação individual e coletiva. Vocês viram aquela imagem dos japoneses limpando a sujeira que eles deixaram no estádio? A pouco fomos pegos pelo evento Mariana, que mal exemplo para o Brasil, signatário, líder pretensioso  de uma equação que ele mesmo não fecha. Até quando o Brasil e os brasileiros vão entender ou demorar para entender que não cuidar de seu próprio território significa abandonar e se abandonar? Ninguém irá estender a mão preventivamente para o Brasil, para os brasileiros, será que daqui alguns anos estarão importando água da Alemanha? 

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