Eu estava aqui a pensar
comigo, que desde que me formei em Direito, em 2004, de lá pra cá as questões
ambientalistas começaram a me incomodar, no sentido de forçar-me a uma maior
conscientização sobre o tema. De lá pra cá comecei a ler livros, revistas, assistir
vídeos, dos mais diversos autores, das mais diversas fontes. Ao mesmo tempo que
passei a ter essa formação e informação, uma “onda” de dúvidas aumentava a cada
passo que avançava na direção de minha conscientização. Chacotas, provocações...
Estamos já na segunda
década do 3º milênio e já ouvi de tudo sobre este tema. Parece que as pessoas
brincam com coisa séria, ou brincam porque ela é séria de mais para ser levada
a sério. Eu muitas vezes e ainda hoje vejo pessoas fazerem graça da finitude
das coisas, nossa alma, nosso espírito é infinito, é eterno, mas não estou aqui
para falar de religião, estou aqui para falar do tema ambientalista. Aqui no
Brasil, o primeiro presidente, depois de Fernando Henrique Cardoso parece que
pôs ao lado esta finitude das coisas, parece ter ressuscitado “O Petróleo é
Nosso”, slogan da campanha de um candidato a Presidente do Brasil de 1950! Veio
o Pré-sal.
O Governo deste
presidente que assumiu em 2003 cumpriu uma promessa que foi reduzir a pobreza,
mas criou uma cisão dentro de seu partido político, aliás duas importantes
cisões, uma de ordem ética em face dos meios de se fazer política com o
escândalo do mensalão, foi neste momento que nasceu sob a liderança do político
Plínio Sampaio, o PSOL, e a outra cisão o partido Rede Sustentabilidade, comandado
pela Ministra Marina da Silva. De lá pra cá o Brasil e os brasileiros vêm
acompanhando, perplexos, as nossas evoluções no campo ambiental. Parece que estamos atolados desde a governança
que começou em 2003.
Será que não dá para
conciliar combate a pobreza e crescimento sustentável? Esse desafio não foi
enfrentado e a resposta ainda não foi bem esclarecida.
Vejam o susto que
passamos aqui no sudeste com a seca de 2014. E o que está acontecendo hoje no
nordeste. A Capital da Bahia está ficando sem água. Até quando, ou quando
nossos agentes públicos se conscientizarão que pobreza e descaso com as causas
ambientalistas andam de mão juntas? Uma depende da outra. Isso talvez não fosse
verdade quando os economistas formulavam suas equações de crescimento econômico
levando como principal variável o emprego pelo emprego, a riqueza pela riqueza,
e a variável da escassez ainda não estava na primeira lista das prioridades
quando se falava em desenvolvimento econômico, onde nacionalismo e disputas
ideológicas eram a pauta, até o fim da guerra fria.
A questão ambientalista
entra na pauta com sujeira, os rios, a poluição, a constatação que a qualidade
de vida está caindo ainda que a riqueza acumulada esteja aumentando, não dando
mais para colocar a sujeira para dentro do enorme aparente infinito tapete
persa. A partir deste momento a ONU coloca a reunião Brasil 1992, no governo
Collor, os protocolos seguidos e de lá pra cá muitas iniciativas tem sido
tomadas, mas olhando aqui para dentro do Brasil, o país que primeiro recebeu
uma reunião mundial de compromisso planetário, o mal exemplo não nos credencia
mais a dizer com orgulho, com segurança, com otimismo que fizemos muito de lá
pra cá. Fizemos tão pouco que a cada enchente vemos o quanto continuamos sujos
e jogamos sujo com nós mesmos e com o planeta e a natureza a cada chuva
torrencial arrastam carros, pessoas, uma imagem dantesca.
Quantos ainda morrerão quantas
vezes ainda morreremos, para aprendermos que é a um só tempo uma ação
individual e coletiva. Vocês viram aquela imagem dos japoneses limpando a
sujeira que eles deixaram no estádio? A pouco fomos pegos pelo evento Mariana,
que mal exemplo para o Brasil, signatário, líder pretensioso de uma equação que ele mesmo não fecha. Até
quando o Brasil e os brasileiros vão entender ou demorar para entender que não
cuidar de seu próprio território significa abandonar e se abandonar? Ninguém
irá estender a mão preventivamente para o Brasil, para os brasileiros, será que
daqui alguns anos estarão importando água da Alemanha?
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